30/11/2015
Até o último domingo, 29 de novembro, a pluma de turbidez avançou em uma área de 73 km2 na região da foz de Linhares, sendo 20 km ao sul (foz), 1 km a leste (mar a dentro) e 8,5 km a sudoeste. Estes dados foram coletados após o sobrevoo realizado por uma empresa especializada em aerolevantamento e georreferenciamento contratada pela Samarco. No momento, a pluma se encontra na região de Linhares (ES) e, de acordo com o coordenador de monitoramento do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia, Eduardo Topázio, é extremamente remota a possibilidade da mesma chegar ao litoral sul da Bahia, principalmente nas praias de Itacaré, Alcobaça e Abrolhos, conforme nota publicada no site da instituição.
O avanço da pluma depende do comportamento das ondas e da direção do vento e, por este motivo, toda a sua extensão está sendo monitorada, diariamente, por meio de uma modelagem computacional, ferramenta que é alimentada por informações de campo através de condições meteorológicas e comportamento do mar. Essa modelagem simula qual é o potencial efeito das partículas que estão chegando ao oceano e o potencial alcance da pluma. A corrente do mar, a vazão da pluma, o percentual de sólido e a turbidez também estão sendo acompanhados. Amostras da água, do sedimento e da biota (conjunto de todos os seres vivos da região) também estão sendo coletadas e levadas para análise.
O trabalho de monitoramento recebeu o reforço da Marinha Brasileira, que levou o navio de pesquisa Vital de Oliveira para a foz do rio Doce. Os pesquisadores irão auxiliar na caracterização física, química, biológica e geológica da região. Todo o trabalho, que vem sendo feito pela Samarco, foi apresentado em 25 de novembro, em um Workshop sobre “Enfrentamento e Impactos Ambientais dos Rejeitos de Mineração na Bacia da Foz do Rio Doce”, promovido pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). Realizado na Capitania dos Portos do Espírito Santo, o evento reuniu representantes do Iema, Ibama, Polícia Ambiental do Espírito Santo, Projeto Tamar, Corpo de Bombeiros, Universidade Federal do Espírito Santo e Samarco, com a proposta de avaliar os impactos do ocorrido no meio ambiente e pensar em ações de médio e longo prazo para a recuperação da fauna e flora da região.