01/12/2015
Análises realizadas por laboratórios especializados trazem resultados referentes à qualidade dos sedimentos e da água do Rio Doce, após a passagem da pluma pela na região de Linhares (ES).
– Sedimentos: metais presentes nos sedimentos (material que fica depositado no fundo do rio) estão abaixo do valor estabelecido pela Resolução Conama 454/12- nível 1. Isso significa que não foi identificada qualquer anormalidade, mesmo depois da passagem da pluma. Ou seja, o material sedimentado no Rio Doce não apresenta perigo para o meio ambiente. Esse resultado está coerente com o relatório disponibilizado pela CPRM (Serviço Geológico do Brasil), que traz dados atualizados até o dia 18/11, na região de Minas Gerais, mais próxima das barragens.
– Metais na água doce: com a passagem da pluma, alguns metais que estavam no fundo do rio movimentaram-se e vieram à superfície. Por isso, foram detectados alguns índices acima dos limites estabelecidos pelo Conama para rios classe II (classificação do rio Doce), porém ainda semelhantes a dados do Rio Doce de anos anteriores, conforme monitoramento do IGAM de Minas Gerais. Em relação ao alumínio e ao ferro dissolvidos, foram observados alguns valores acima dos parâmetros do rio. Entretanto, com base em laudos referentes a outras cidades impactadas, a tendência é que haja uma queda nesses índices com o tempo, após a passagem da pluma.
– pH na água doce: desde o início do monitoramento, os resultados do pH apresentam-se normais, entre os índices 6 e 9, como estabelecido pela legislação ambiental. Esses valores são adequados para manutenção da vida aquática e demonstram que o rejeito não está reagindo com a água e nem está alterando as condições de neutralidade do rio.
-Turbidez: a turbidez, ou seja, um indicativo de presença de sólidos na água, vem apresentando queda ao longo dos dias. Os materiais coletados apresentam poucos sólidos, apenas coloides (substâncias de pequeno tamanho), o que justifica a cor avermelhada do rio.
– Ecotoxicidade: foram realizadas cinco análises diferentes de ecotoxicidade aguda (com um tipo específico de microorganismo ) que apontam que a água do Rio Doce na região de Linhares não é tóxica para o meio ambiente.
– Rejeito: o rejeito proveniente da barragem de Fundão foi analisado pela SGS Geosol – empresa especializada em análise ambientais e geoquímicas do solo. O laudo confirma que o material não oferece perigo para as pessoas, com base na classificação da periculosidade do material (ABNT 10.004). As amostras foram colhidas em diversos pontos próximos ao local do acidente para melhor representar o rejeito que havia nas barragens. Essas análises mostraram que o rejeito não é tóxico e não apresenta periculosidade à saúde humana, tendo em vista que não disponibiliza contaminantes para a água, mesmo em condições de exposição à chuva. Além disso, por ser inerte a todos os metais (exceto ferro e manganês, tipicamente encontrado em solos), pode-se concluir que o rejeito não contribui com aumento dos demais metais na água.