04/06/2020
Geolabor, que contou com a Samarco como mineradora madrinha, apresentou solução para controle geotécnico de pilhas de rejeito
Cerca de 500 pessoas acompanharam, por meio das redes sociais, nesta quarta-feira (3), o Demoday, evento do Mining Hub que marcou o fim do terceiro ciclo do programa M-Start, iniciativa que tem o objetivo de acelerar startups no setor de mineração. Na oportunidade, sete startups apresentaram suas soluções desenvolvidas ao longo dos últimos seis meses, entre elas, a Geolabor, que contou com a Samarco como mineradora madrinha para aprimoramento de sua solução. Três startups, incluindo a Geolabor, foram selecionadas para participar do novo programa M-Growth, que atuará na aceleração dos modelos de negócio.
Em caráter dinâmico, o evento contou com pitchs rápidos por parte de integrantes das startups, seguido por feedbacks promovidos por representantes das mineradoras. Um dos fundadores da Geolabor, Vinícius Matos, apresentou sua solução para o desafio de controle geotécnico de pilhas de rejeito na mineração.
“A solução desenvolvida foi um ecossistema de aplicativos web e mobile que, hoje, utiliza tecnologias das mais modernas. Todo o processo do controle geotécnico, de ponta a ponta, está dentro do sistema, desde a entrada de dados, seja pela equipe de laboratório ou topografia, passando pelo cálculo ou transformação destes dados em parâmetros geotécnicos e a comparação destes parâmetros com as premissas ou especificações técnicas do projeto, apresentando resultado automático se aquela camada (de rejeito) está aprovada ou reprovada”, explicou Matos, reforçando que a solução agrega ainda velocidade, acessibilidade e confiabilidade a todo o processo.
“Quanto aos impactos e benefícios, o primeiro deles é a redução de tempo para análises geotécnicas, porque estamos falando de um banco de dados que está na nuvem, acessível em qualquer lugar, em tempo real. Esse acesso facilitado e redução de tempo resultante terão como consequência decisões mais assertivas e mais rápidas, além do aumento da confiabilidade de todo o processo. Neste caso, estamos falando de pilhas de rejeito, mas pode ser construção, loteamento, descaracterização de barragens ou qualquer outra obra que exija controle geotécnico”, destacou Matos.
De acordo com a engenheira geotécnica da Samarco, Viviane Aparecida, a ferramenta contribui para a transparência do processo.
“Esse projeto é importante para o setor da mineração por garantir transparência ao processo de gestão de rejeitos durante as tomadas de decisões, fornecendo melhorias no controle tecnológico. Será possível interligar as informações de construção da pilha de rejeitos com as análises geotécnicas e com o sistema operacional das usinas, tudo isso em tempo real. São muitos os ganhos, já que as informações geotécnicas ficarão centralizadas com padronização das entregas e de fácil rastreabilidade, aumentando a confiabilidade da construção”, afirmou Viviane.
Ao final do evento, a diretora executiva do Mining Hub, Claudia Diniz, lançou um novo programa, intitulado M-Growth que, por sua vez, tem como objetivo acelerar o desenvolvimento dos modelos de negócio das startups, enquanto o M-Start, já finalizado, focava na elaboração de soluções para os desafios comuns das empresas de mineração. Das sete startups participantes, três foram selecionadas para serem aceleradas, entre elas, a Geolabor.
O Demoday, promovido há um ano e meio em parceria com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e com a aceleradora corporativa Neo Venture, aconteceu pela primeira vez em caráter virtual, para mitigar riscos provocados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Mining Hub
O Mining Hub é o primeiro hub de mineração do mundo e conta com mais de 40 empresas associadas da área de mineração. A cada ano, dois ciclos M-start são promovidos, quando startups são aceleradas para desenvolver soluções para desafios do setor de mineração do país.
O evento desta quarta-feira (3) marcou o fim do terceiro ciclo. Nos três ciclos já promovidos em um ano e meio de existência do hub, 16 startups participaram do processo, sendo quatro delas contratadas por mineradoras, com soluções aplicadas operacionalmente no mercado.